segunda-feira, maio 27

Centenário Vinicius de Moraes


Vinicíus de Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. Casou-se oito vezes e teve três filhas e um filho.
Em 1933, publica seu primeiro livro, por  estimulo de Otávio de Faria, O Caminho Para a Distância, na Schimidt Editora. Estudou na literatura e língua inglesa na Universidade de Oxford (Magdalen College), também estudou cinema em Los Angeles. Sua obra Cinco Elegias foi traduzida para o francês (Cinq élégies) em 1953, ano este em que compõe seu primeiro samba, música e letra, "Quando tú passas por mim". Foi junto com Tom Jobim e João Gilberto, o fundador da Bossa Nova. Seu filme Orfeu negro ganha a Palme d'Or do Festival de Cannes e o Oscar, de Hollywood, como melhor filme estrangeiro do ano de 1959. Em 1967, estreia o filme Garota de Ipanema, obra de parceria com o diretor Leon Hirszman. Em 1972, retorna à Itália com Toquinho onde gravam o LP Per vivere un grande amore. Em 1973, publica "A Pablo Neruda". Em 1979, voltando de viagem à Europa, sofre um derrame cerebral no avião. Perdem-se, na ocasião, os originais de Roteiro lírico e sentimental da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.E em 1978, é operado a 17 de abril, para a instalação de um dreno cerebral.
Morre, na manhã de 9 de julho, de edema pulmonar, em sua casa, na Gávea (Rio de Janeiro - RJ), em companhia de Toquinho e de sua última mulher.
Extraviam-se os originais de seu livro O dever e o haver.


Em 19 de outubro de 2013 será comemorado o centenário do grande poeta e compositor Vinicius de Moraes, mas desde já ele tem sido homenageado em feiras literárias pelo Brasil, a cidade de São José dos Campos - SP realiza de 14 a 16 de junho, no distrito de São Francisco Xavier, o VI FESTIVAL DA MANTIQUEIRA, onde na sexta feira 14, o musico e compositor Toquinho fará um show em homenagem ao seu grande amigo Vinicius de Moraes.
Durante o festival ocorrerão oficinas, bate papo com escritores brasileiros, e apresentações musicais.
Para maiores informações acesse o blog da Fundação Cultural Cassiano Ricardo.

Bem, como Vinicius é um dos meus poetas favoritos eu não poderia deixar de dizer um pouco sobre ele, e tendo feito isso, gostaria de compartilhar com vocês o meu poema favorito dele:

A VIDA VIVIDA.

Quem sou eu senão um grande sonho obscuro em face do Sonho
Senão uma grande angústia obscura em face da Angústia
Quem sou eu senão a imponderável árvore dentro da noite imóvel
E cujas presas remontam ao mais triste fundo da terra?

De que venho senão da eterna caminhada de uma sombra
Que se destrói à presença das fortes claridades
Mas em cujo rastro indelével repousa a face do mistério
E cuja forma é prodigiosa treva informe?

Que destino é o meu senão o de assistir ao meu Destino
Rio que sou em busca do mar que me apavora
Alma que sou clamando o desfalecimento
Carne que sou no âmago inútil da prece?

O que é a mulher em mim senão o Túmulo
O branco marco da minha rota peregrina
Aquela em cujos braços vou caminhando para a morte
Mas em cujos braços somente tenho vida?

O que é o meu amor, ai de mim! senão a luz impossível
Senão a estrela parada num oceano de melancolia
O que me diz ele senão que é vã toda a palavra
Que não repousa no seio trágico do abismo?

O que é o meu Amor? senão o meu desejo iluminado
O meu infinito desejo de ser o que sou acima de mim mesmo
O meu eterno partir da minha vontade enorme de ficar
Peregrino, peregrino de um instante, peregrino de todos os instantes?

A quem respondo senão a ecos, a soluços, a lamentos
De vozes que morrem no fundo do meu prazer ou do meu tédio
A quem falo senão a multidões de símbolos errantes
Cuja tragédia efêmera nenhum espírito imagina?

Qual é o meu ideal senão fazer do céu poderoso a Língua
Da nuvem a Palavra imortal cheia de segredo
E do fundo do inferno delirantemente proclamá-los
Em Poesia que se derrame como sol ou como chuva?

O que é o meu ideal senão o Supremo Impossível
Aquele que é, só ele, o meu cuidado e o meu anelo
O que é ele em mim senão o meu desejo de encontrá-lo
E o encontrando, o meu medo de não o reconhecer?

O que sou eu senão ele, o Deus em sofrimento
O temor imperceptível na voz portentosa do vento
O bater invisível de um coração no descampado...
O que sou eu senão Eu Mesmo em face de mim? 

Vinicius de Moraes, Rio de Janeiro - RJ.

Até breve!

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